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Como participar deste blog?


Prezados amigos,

Um dos motivos para que este blog viesse ao ar foi para reunir ou sistematizar a produção paraibana de LIJ, para que possamos conhecer mais e melhor os criadores locais e que, a partir de algumas informações-chave, possamos instituir uma regional da AEILIJ (Associação de Escritores e Ilustradores de Literatura Infantil e Juvenil), que fortalecerá e, certamente, dinamizará o segmento nestas terras de tantos outros maravilhosos criadores. Então, se você é ou conhece escritores ou ilustradores paraibanos ou radicados na Paraíba que se dedicam à literatura infantil ou juvenil, junte-se a nós neste projeto.

Grande abraço a todos, Tonton.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Entrevistas com Ana Maria Machado




Prezados amigos,

Atendendo a uma solicitação (sugestão) de um leitor deste blog, fiz um breve apanhado sobre entrevistas da escritora Ana Maria Machado e suas impressões sobre a LIJ no Brasil.

O primeiro vídeo para o Programa Entrelinhas; o segundo no qual fala de sua infância e, por fim, uma entrevista ao Itaú Cultural.

Espero que apreciem. Novas sugestões serão sempre bem vindas.

Abraços a todos, Tonton

terça-feira, 24 de abril de 2012

Carta à Ministra Anna de Holanda

Exma. Sra. Anna de Hollanda,
Ministra da Cultura,

Nós, da Associação de Escritores e Ilustradores de Literatura Infantil e Juvenil, AEILIJ, vimos por meio desta, tornar público o nosso repúdio a qualquer alteração na lei de Direito Autoral que prejudique o direito, garantido pela Constituição Federal, do criador sobreviver com os frutos de seu trabalho. 

Embora a versão do projeto de reforma da LDA que se encontra na Casa Civil não tenha sido disponibilizada ao público, a todo o momento surgem notícias na imprensa de que várias formas de utilização não autorizada pelos autores poderão ser permitidas por lei, o que é motivo de insegurança para todos nós. A liberação de cópias integrais de obras para fins “educacionais”, por exemplo, fere o direito do criador, uma vez que, diferente do que tem sido
dito, é uma fonte geradora de proventos financeiros para todos aqueles envolvidos no processo, à exceção do próprio criador.

O compartilhamento gratuito de cópias digitalizadas na internet, apesar da boa intenção do
usuário, certamente prejudicará as vendas dos livros, como já foi visto na indústria fonográfica. Requeremos atenção especial a este caso, e que qualquer solução apresentada seja antes discutida com os autores, em vez de imposta em forma de lei.

Entendemos que o objetivo deste ministério é incentivar a produção artística e cultural do
país, mas lembramos que, para isto, são necessários criadores. Retirada, através da liberação
de formas de utilização não autorizada, a possibilidade de sobrevivência através da exploração econômica do seu trabalho, restará aos criadores apenas a discutível alternativa do mecenato (que a História nos mostra, sempre foi um grande limitador da liberdade artística).

Para incentivar a produção de cultura é necessário proteger o autor original. Este é nosso
desejo, este é nosso direito. Em defesa dele, solicitamos o seu apoio.

Atenciosamente,

Hermes Bernardi Jr.
Presidente
AEILIJ – Associação de Escritores e Ilustradores de Literatura Infantil e Juvenil

terça-feira, 17 de abril de 2012

Coleção AEILIJ Solidária - Fundação DORINA


Na manhã deste próximo dia 24/04 (3a feira), às 11h, como parte das atividades do Salão Nacional do Livro Infantil, na Biblioteca FNLIJ para Crianças, será lançada a coleção de livros acessíveis em braille e fonte ampliada, resultado da parceria AEILIJ Solidária com a Fundação Dorina Nowill para Cegos. Simplesmente imperdível! E a parceria continua...

Novo site da AEILIJ está no ar!


O novo site da AEILIJ está no ar, com muitas facilidades de navegação, a informação que você deseja e muito mais bonito.

Visitem, conheçam nossa organização e novas ações em prol de um Brasil melhor, de crianças e jovens leitores. Participem, colaborem, juntem-se a nós!

É fácil, basta clicar aqui ou digitar www.aeilij.org.br em seu navegador.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

MOVIMENTO POR UM BRASIL LITERÁRIO-MBL


14º SEMINÁRIO ENCONTROS E EVENTOS PARALELOS


9:30– Leitura além do entretenimento

Luiz Percival – Doutor em Linguística/UFOPA

10:30 – Exibição do Documentário do MBL “A Palavra Conta”

Direção: Duto Sperry - Apoio Instituto C&A

11:00–Geneviève Patte – Bibliotecária – França (com tradução simultânea)

11:30– A biblioteca da escola: silêncios e burburinhos

Maria das Graças Castro Diretora da Editora da UFG e professora da UFG

Nilma Lacerda Doutora em Letras Vernáculas, com Pós-doutorado em História Cultural

Christine Castilho Fontelles Diretora de Educação e Cultura do Instituto ECOFUTURO

domingo, 15 de abril de 2012

Minha turma de almofadas


Minha mãe estava radiante e o meu pai todo orgulhoso. Afinal, haviam conquistado a tão sonhada casa própria. Ainda havia muitas prestações a pagar, é verdade, mas podíamos dizer, finalmente, que aquela era a “nossa casa”.

Bem que ela ficava no meio do nada. Não tínhamos vizinhos e sequer o ônibus chegava lá. O ponto final mais próximo ficava distante uns bons minutos de caminhada. E como eu era o filho mais novo, por alguns anos, não tive a companhia de amiguinhos na vizinhança com quem brincar, pois tenho apenas dois irmãos: um homem quase dez anos mais velho e uma irmã cuja diferença de idade para mim ultrapassa os dois anos. Não que eles não brincassem comigo, mas os seus interesses eram bem distintos dos meus, pelo que as oportunidades para as brincadeiras comuns eram muito raras. Mesmo para ela, naquela época, estes poucos anos a mais pareciam uma eternidade.

Entretanto, a minha rotina diária ao chegar do colégio – eu estudava pela manhã – resumia-se a tomar banho, almoçar, fazer os deveres escolares e, somente após isso, brincar. E muito!!!

Para suprir a ausência de outras crianças nas redondezas, tratei logo de inventar amigos. As muitas almofadas que a minha mãe fizera com todo zelo para a sala da casa nova foram ganhando nomes e personalidades. E olha que havia almofadas de todos os tipos e cores: quadriculadas, lisas, com ou sem botões, claras, escuras e até um almofadão que ficava em meu quarto e sobre o qual repousava o uniforme escolar ao regressar ao lar. Assim, surgiram: Flávio, Flavinho, André, Ana, Aninha, Loreta, Mônica, Joel e tantos outros mais.

Quando a cobertura das almofadas se estragava e era trocada, de imediato, criava uma história para justificar a nova situação: uma transferência para outro colégio, uma viagem para visitar parentes em outra cidade e, até mesmo, como acontecera comigo, uma nova moradia em outro bairro, muito, mas muito longínquo. Novas personagens sempre entravam em cena. Com aquelas almofadas, aprendi que pessoas vêm e se vão, que entram e saem de nossas vidas, naturalmente.

Perdi a conta de quantas partidas de futebol disputei, quantas aventuras memoráveis vivi ao lado de “minha turma de almofadas”, bem como de quantas leituras partilhamos. Habitualmente, colocava todas as almofadas em círculo e lia para elas. Os meus amiguinhos permaneciam respeitosamente em silêncio para ouvir atentamente cada palavra proferida. Eu me sentia um verdadeiro super-herói, com um poder mais do que especial e que jamais poderia ser retirado de mim. Eu sabia ler! Se bem me lembro, tudo começou em um dia chuvoso. E nunca mais deixei de repetir aquela maravilhosa experiência.

Pois é. Por vezes chovia, chovia forte e ficava impossível aproveitar o amplo quintal ou a garagem dos carros.

E aquela turma, os primeiros destinatários de minhas primeiras criações, tornou-se, tornaram-se companheiros inseparáveis e insuperáveis naquelas tardes e início de noites chuvosas, durante alguns anos. E a sensação se tornou tão gostosa que, muitas vezes, mesmo que um belíssimo sol brilhasse lá fora, preferi permanecer no interior da casa para partilhar com eles os livros que me chegavam às mãos e as histórias que criava, ainda que não as registrasse por escrito. Era um mundo de infinita magia e possibilidades. E do alto dos meus oito anos de idade, a vida não conhecia limites.

Creio que foi justamente ali que, sem que eu pudesse imaginar, nasci como escritor. E ainda hoje, quando rodeado de crianças, para ler as minhas ou histórias de outrem, invade-me a alma a prazerosa sensação de que retornei àqueles dias de minha infância e que recupero todo o significado de coisas boas que ela teve para mim. É, simplesmente, um mágico e indescritível momento. Algo que desejarei renovar por toda a minha vida, sempre.

Com aquela turma de almofadas aprendi ou compreendi duas condições fundamentais para ser escritor:

1) Lidar com a solidão, a reclusão criativa necessária para dar vida aos textos – embora sempre estejamos muito bem acompanhados de agradáveis destinatários imaginários e de personagens os mais diversos;

2) Lidar com o leitor abstrato – aquele não individualizado ou identificado – com quem imaginamos dialogar enquanto escrevemos, para ele e para todos os outros possíveis leitores de nossos escritos.

Então, se eu puder oferecer uma sugestão para vocês, que lêem agora este meu texto – se já não for o caso –, peço para experimentarem esta sensação de partilhar a leitura de um livro com crianças. É, sem dúvida, insuperável o efeito, sobre o nosso coração adulto, de perceber seus olhos brilhando, de encantamento, de comedida ansiedade e na expectativa de descobrirem o final da narrativa, até a próxima história.

E isso, faz um bem danado. Podem acreditar!

Obs: Tenho como princípio não publicar textos de caráter pessoal neste blog, mas atendendo a pedidos de amigos que atuam na LIJ, trago a público este que narra um pouco de minhas origens como escritor. Espero que apreciem. Grande abraço a todos, Tonton.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Lançamentos AEILIJ no Salão da FNLIJ

No período de 18 a 29 de abril próximo, acontecerá, no Centro de Convenções SulAmérica, no Rio de Janeiro, o 14o Salão do Livro Infantil e Juvenil da FNLIJ. Haverá vários lançamentos de autores associados à AEILIJ. Vejam abaixo uma compilação destes lançamentos por data e local. A respeito do Salão, acesse www.fnlij.org.br ou aqui.

Dados colhidos em 02 de abril no site da FNLIJ. Sujeito a alterações.

BE = Biblioteca para Educadores
BJ = Biblioteca para Jovens
BC = Biblioteca para Crianças
EL = Espaço de Leitura
EI = Espaço do Ilustrador

19/04 (quinta-feira)
09:00 - BJ - Cláudia Felício (Pára tudo, ed. Planeta)
09:00 - BC - Sandra Lopes (Cordel da Candelária, ed. Escrita Fina)
10:00 - BJ - Caio Riter (Eu e o silêncio do meu pai, ed. Biruta)
10:00 - EL - Sandra Ronca (Com que bicho você se parece?, ed. RHJ)
11:00 - BC - Rogério Andrade Barbosa (Ndule Ndule, assim brincam as crianças africanas, ed. Melhoramentos)
11:00 - EL - Anna Rennhack (A menina e o mendigo, de Charles Kiefer, ed. Record)
13:00 - BC - Ieda de Oliveira e Lupe Vasconcelos (Folclore em versos: Boitatá, ed. Zit)
14:00 - BC - Alessandra Pontes Roscoe (Caixinha de guardar o tempo, ed. Biruta)
14:00 - EL - Adriano Messias (Era lobisomem mesmo!, ed. Positivo)
15:00 - EL - Ricardo Benevides (Bola ou búlica, ed. Globo)
15:00 - EI - Salmo Dansa (Performance de Ilustrador)
16:00 - BJ - Salmo Dansa (A bruxa de lagoa negra, ed. Paulinas)
16:00 - EL - Regina Drummond (Coleção Eu, Ana e Coleção Samot, ed. Rideel)

020/04 (sexta-feira)
09:00 - BC - Cris Eich (Do outro lada da rua, ed. Positivo)
09:00 - EL - Adriano Messias (Dia de chuva e Dia de sol, ed. Biruta)
10:00 - BJ - Socorro Acioli (Ela tem olhos de céu, ed. Biruta)
10:00 - EL - Alexandre de Castro Gomes (O menino que coleciona guarda-chuvas, ed. Globo)
11:00 - BJ - Luiz Antonio Aguiar (org.) e Sandra Pina (Góticos contos clássicos e As aventuras de Tom Sawer, ed. Melhoramentos)
11:00 - BC - Celso Sisto (O rei das pequenas coisas, ed. Planeta)
11:00 - EL - Ieda de Oliveira e Fabiana Salomão (Viva o reino da terra, ed. Prumo)
12:00 - EL - Maté (Cadê o capitão Sardinha?, ed. Globo)
14:00 - BC - Alcides Goulart e Cris Alhadeff (Tá com medo?, ed. Jovem)
14:00 - EL - Anna Claudia Ramos (Era uma vez três velhinhas, ed. Globo)
15:00 - BC - Georgina Martins (Com que será que eu me pareço?, ed. Planeta)
15:00 - EL - Rogério Andrade Barbosa (Karingana wa karingana, ed. Paulinas)
16:00 - BJ - Rogério Andrade Barbosa (A tatuagem, ed. Biruta)
21/04 (sábado)
10:00 - BJ - Caio Riter (Um na estrada, ed. Melhoramentos)
11:00 - BC - Mary e Eliardo França (Todas as letras, ed. Global)
12:00 - EL - Flávia Savary (Meus olhos são teus olhos, ed. Positivo)
13:00 - BJ - Luiz Antonio Aguiar, Caio Riter e Flávia Côrtes (Soneto nas trevas, A filha das sombras e Senhora das névoas, ed. Edelbra)
14:00 - BJ - Rui de Oliveira (Quando Maria encontrou João & O amor plenilunar, ed. Nova Fronteira)
14:00 - EI - Eliardo França (Performance de Ilustração)
17:00 - BJ - Inês Stanisiere (Diário da Carol / De menina para menina, ed. Planeta)
17:00 - BC - Pedro Bandeira (Um gol de placa, O valente de calça molhada, Como conquistar essa garota e Aqueles olhos verdes, ed. Moderna)
18:00 - BJ - Rui de Oliveira (Três anjos mulatos do Brasil, ed. FTD)

22/04 (domingo)
13:00 - BC - Alessandra Pontes Roscoe (Atrás do olho fechado, ed. Callis)
14:00 - BC - Celso Sisto (Flor das alturas, ed. Zit)
14:00 - EL - Ana Sofia Mariz (Coleção Turma da horta via, ed. Zit)
15:00 - BJ - Celso Sisto (Diáfana, ed. Scipione)
15:00 - EL - Sonia Rosa (O menino de olhar apertadinho que enxergava longe, ed. Autêntica)
16:00 - BC - Ana Maria Machado (Quem foi que fez?, ed. Global)
16:00 - EL - Luciana Savaget (Poeta sem palavras, ed. Planeta)
17:00 - BC - Ana Maria Machado (Histórias greco-romanas e Histórias àrabes, ed. FTD)

23/04 (segunda-feira)
10:00 - EL - Ângelo Reis (Sambaranha, ed. RHJ)
14:00 - EL - Ana Sofia Mariz (A pedra na praça, ed. Rovelle)
15:00 - EL - Alcides Goulart e Felipe Vellozo (O grande segredo, ed. Jovem)
16:00 - BJ - Rosa Amanda Strauzs (adapt.) e Marilia Pirillo (O baile do fim do mundo, de Sylvia Orthof, ed. Rovelle)

24/04 (terça-feira)
09:00 - BJ - Luiz Antonio Aguiar (Mitos da civilização, ed. FTD)
09:00 - EL - Marilio Pirillo (Um fio de amizade, ed. Larousse)
11:00 - BC - AEILIJ Solidária e Fundação Dorina Nowill (10 Livros em braille)
11:00 - EL - Anna Rennhack (Carmela vai a escola, de Amélia Prado, ed. Record)
11:00 - EI - Hermes Bernardo Júnior (Performance de Ilustrador)
13:00 - EL - Rogério Andrade Barbosa (Contos da terra do gelo, ed. do Brasil)
14:00 - BJ - Tereza Cristina Campitelli (Aventureiros da Serra, ed. RHJ)
14:00 - EL - Fabio Sombra (Folia de reis, a festa em corde e Maracatu, a festa em cordel, ed. Escrita Fina)
15:00 - BE - Ieda de Oliveira (O que é qualidade em literatura infantil e juvenil, ed. DCL)
15:00 - EL - Hermes Bernardi Júnior (Medo dó de medo monstro, ed. Zit)
16:00 - EL - Hermes Bernardi Júnior (Lilliput de sorvete e chocolate, ed. Larousse)

25/04 (quarta-feira)
09:00 - BJ - Sonia Rosa e Salmo Dansa (Traços e tramas, ed. Rovelle)
09:00 - EL - Marilia Pirillo (Rita, Rita, Rita!, ed. Mundo Mirim)
11:00 - BJ - Júlio Emílio Braz (Jovens náufragos e suas batalhas, ed. Global)
11:00 - EL - Luís Pimentel (A palavra, o que é? e A menina, a vaca e o avô, ed. Positivo)
13:00 - BJ - Luís Pimentel (Felicidade foi embora, ed. Prumo)
13:00 - BC - Mauricio Veneza (Encontro)
13:00 - EL - Júlio Emílio Braz e Salmo Dansa (João e o pé de feijão, ed. Larousse)
14:00 - EL - Fernanda Morais (A cobra e a corda e Botas e bolas, ed. Escrita Fina)
14:00 - EL - Ronize Aline (O dono da lua, ed. Escrita Fina)
15:00 - BJ - Stella Maris Rezende (A sobrinha do poeta, ed. Globo)
15:00 - BC - Hellenice Ferreira (A lenda do alecrim, ed. Escrita Fina)
15:00 - BC - Andrea Viviana Taubman (O menino que tinha medo de errar, ed. Escrita Fina)
15:00 - EL - Anna Claudia Ramos e Patrícia Melo (Ler é..., ed. Zit)
15:00 - EI - Mauricio Veneza (Performande de Ilustrador)
16:00 - BJ - Hellenice Ferreira (Namoro encantado, ed. Globo)
16:00 - BJ - Hellenice Ferreira (Amor de mãe d´àgua, ed. Escrita Fina)
16:00 - EL - Salmo Dansa (Maria e Mariana, ed. Larousse)

26/04 (quinta-feira)
09:00 - EL - João Bosco (A princesa e a ervilha em cordel, ed. Prumo)
10:00 - BC - Alexandre de Castro Gomes (Viagem mundial interativa, ed. RHJ)
11:00 - BC - Luciana Savaget (Encontro)
13:00 - BC - Marilia Pirillo (Gato sapeca, ed. Rovelle)
14:00 - BJ - Anna Claudia Ramos (Não é bem assim a história, ed. Prumo)
15:00 - BC - Stella Maris Rezende (A menina Luzia, ed. DCL)
15:00 - EL - Eliana Pougy (A menina rabiscadeira, ed. Moderna)

27/04 (sexta-feira)
09:00 - EL - Flávia Cortês e Anielizabeth (De folha em flor, ed. Prumo)
10:00 - BJ - Luiz Antonio Aguiar (O maior mágico do mundo, ed. Biruta)
10:00 - EL - Ana Cristina Melo e Cris Alhadeff (O banho de Nina, ed. Escrita Fina)
10:00 - EL - Cristina Villaça (Família Alegria, ed. Escrita Fina)
11:00 - BC - Luiz Antonio Aguiar (O baú do tio Quim, ed. Biruta)
11:00 - EI - Anielizabeth (Peformance de Ilustrador)
12:00 - BJ - Sonia Rosa (Vovó Bentuta, ed. Record)
13:00 - BJ - Fabio Sombra (De onde nascem as histórias, ed. Record)
13:00 - BC - Glaucia Lewicki (Encantos e encrencas com a Cinderela, ed. Gryphus)
14:00 - EL - Fabio Sombra (Mês de junho tem São João, ed. Zit)
15:00 - BJ - Júlio Emílio Braz (Griot - Histórias que ouvimos na África, ed. Melhoramentos)
15:00 - BC - Glaucia Lewicki (Uma luz na escuridão, ed. Mundo Mirim)
16:00 - EL - Rogério Andrade Barbosa (Madiba, o menino africano, ed. Cortez)

28/04 (sábado)
10:00 - EL - Salmo Dansa (Uma festa do barulho, ed. Rovelle)
11:00 - BC - Glória Kirinus (Carta para el niño, ed. Paulus)
14:00 - EL - Leo Cunha e Salmo Dansa (Num mundo perfeito, ed. Paulinas)
15:00 - BJ - Ilan Brenman (Mais narrativas preferidas de um contador, ed. DCL)
15:00 - BC - Alcides Goulart (Super Z, ed. Jovem)
15:00 - EL - Leo Cunha (Cantigamente / Em boca fechada não entra estrela (nova edição), ed. Nova Fronteira)
16:00 - EL - Anna Claudia Ramos e Sandra Pina (Aconteceu na escola, ed. Pallas)
17:00 - BJ - Leo Cunha, Rogério Andrade Barbosa e Luiz Antonio Aguiar (Segredos de amor / Era uma vez a meia-noite, ed. Record)

29/04 (domingo)
11:00 - BC - Ricardo Benevides (O vô consertor, ed. Dimensão)
15:00 - EL - Leo Cunha (O reino adormecido, ed. Record)
16:00 - BJ - Leo Cunha (Videntes e outros pitacos no cotidiano, ed. Melhoramentos)
17:00 - EL - Sonia Travassos (Meu avô tem oito anos, ed. Globo)

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Como (não) funciona a literatura infanto-juvenil no Brasil – 13 apontamentos insolentes

Prezados amigos, reproduzo abaixo o texto do escritor Léo Cunha (originalmente publicado no Face Book, ao final disponibilizo o link para a publicação original e os comentários resultantes). Vale mais que a pena ler até o fim. Grande abraço, Léo.

• Pouca gente percebe a diferença entre “livro infantil” e “literatura infantil”. Nas livrarias predomina o livro não-literário. Por exemplo: alguém pega 10 imagens congeladas dos episódios dos Backyardigans, descreve sucinta e pobremente cada uma delas e transforma num livro brilhante e de capa dura. Muito fofo, mas a literatura – arte da palavra – passou longe.

• Nada contra os Backyardigans: já assisti muitas vezes com o meu filho, que tem até a fantasia do Pablo (o pinguim azul de gravatinha). Mas os livros...

• Já escrevi cerca de 50 livros de literatura infanto-juvenil. Entro nas livrarias e encontro 2 ou 3, no máximo. O mesmo ocorre com 90% dos escritores. Tenho um livro que está na 20ª edição e nunca flagrei o danado em nenhuma livraria.

• Por que a maioria dos livros de literatura infanto-juvenil não entra nas livrarias? Será que eles não gostam de ler? Infelizmente, o motivo é mais pragmático: não existe uma “demanda natural” pelos livros, que justificaria sua presença no estoque da livraria. A demanda quase sempre resulta de o livro ser “adotado” numa escola.

• O sonho do escritor de literatura infanto-juvenil é ser adotado. Nossos livros não vivem nas livrarias. Vivem num orfanato.

• Quando aparece a tal “demanda natural”, o problema está resolvido? Nem sempre. Esta semana a minha filha ficou alucinada atrás do livroJogos Vorazes 2. Ela já tinha lido o primeiro, emprestado por uma colega, e agora queria o segundo. Não encontrei em nenhuma livraria da cidade. A editora não percebeu o potencial de vendas da série – motivado pela exibição do filme nos cinemas. Ou, se percebeu, errou os cálculos. Uma vendedora da livraria Leitura, do Pátio Savassi, me deu o triste veredito: “estamos perdendo venda o dia inteiro, todos osJogos Vorazes foram pras livrarias de São Paulo”.

• Certa vez, em 1994, na livraria do aeroporto de Congonhas, em São Paulo, o Roberto Drumond, sem se identificar, pediu à atendente: “você tem aquele livro Hilda Furacão?” A moça procurou, trouxe, e o Roberto tratou de deixar o livro num lugar de grande destaque. Em seguida me explicou: “Você está começando agora, Leo, mas te dou essa lição: brigue por seus livros!”

• Diante do desencontro logístico entre editoras e livrarias, muita gente conclui que o escritor é quem vende os próprios livros. Vira e mexe as pessoas me pedem: “Leo, traz seu livro amanhã que eu quero comprar. Quanto custa?” E se assustam quando respondo que eu não vendo meus livros (aliás, costumo ter apenas 2 ou 3 exemplares em casa, de cada livro, não tenho vocação pra estoquista nem talento pra vendedor).

• Como resultado da mesma conclusão, muitas pessoas, escolas, ongs, associações cooperativas etc escrevem para os escritores pedindo doações dos livros. Quase sempre a intenção é nobre – criar uma biblioteca, um cantinho de leitura, um projeto de leitura – mas os escritores simplesmente não têm estoque nem selos suficientes.

• Como já escrevi uma vez aqui no Facebook, os direitos autorais são o salário do escritor. De cada livro vendido, o escritor recebe 8 a 10%, como direito autoral. Se o livro custa 20 reais, o escritor ganha 2 por livro. Parece pouco? Mas é assim no mundo inteiro. É justo. Injustiça é quando alguém xeroca o livro inteiro e sai vendendo. Aí o escritor não recebe seu salário. Ano passado o escritor Luiz Antonio Aguiar teve um livro adotado para o vestibular e uma gráfica do centro de Belo Horizonte simplesmente fez cópias xerox, na maior cara de pau do mundo, e vendeu milhares de “exemplares” (com capa colorida e tudo), roubando o salário do Luiz.

• Idem ibidem: quando o livro é escaneado e disponibilizado para download na internet, o escritor não recebe seu salário. É inevitável? É a lógica do ciberespaço? Como diria o Raul Seixas, agora é tudo “free”? É mesmo? Então por que muitos sites cobram assinatura ou recebem pagamento de anunciantes, para distribuir “de graça” o salário do escritor?

• A literatura infanto-juvenil, assim como a arte em geral, não está aí para dar lições de moral, cidadania, ecologia, etc. O que é diferente de dizer que ela não está nem aí para a moral, a cidadania e a ecologia. Esses temas podem perfeitamente aparecer nos livros, como aparecem na vida. O perigo é quando o aspecto literário perde a prioridade para o aspecto didático. O bom livro literário é aquele que encanta, que espanta, que assusta, que diverte, que seduz, às vezes tudo isso junto. Aquele que dá vontade de ler de novo e indicar pros amigos.

• A reforma ortográfica eliminou o hífen do simpático termo infanto-juvenil e criou esse monstrengoinfantojuvenil. Cada vez que eu leio essa palavra, me lembro de termos médicos compridos como levomepromazina, imunodeficiência, ou a incrível pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiose. Saudades do hífen.


O texto original e os comentários podem ser acessados aqui.