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Como participar deste blog?


Prezados amigos,

Um dos motivos para que este blog viesse ao ar foi para reunir ou sistematizar a produção paraibana de LIJ, para que possamos conhecer mais e melhor os criadores locais e que, a partir de algumas informações-chave, possamos instituir uma regional da AEILIJ (Associação de Escritores e Ilustradores de Literatura Infantil e Juvenil), que fortalecerá e, certamente, dinamizará o segmento nestas terras de tantos outros maravilhosos criadores. Então, se você é ou conhece escritores ou ilustradores paraibanos ou radicados na Paraíba que se dedicam à literatura infantil ou juvenil, junte-se a nós neste projeto.

Grande abraço a todos, Tonton.

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Dica de leitura para o verão


A magia tem de continuar...


Com os votos de todos os que fazem a AEILIJ, uma entidade de criadores de textos e imagens, de sonhos transformados em realidade e com a magia da força da colaboração entre iguais, desejamos a todos os que apreciam a literatura infantil e juvenil, de autores nacionais e de todos os recantos desse mundão, um 2014 repleto de encantamentos e de muitas alegrias.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Ainda dá tempo... corre lá!


E viva o João-de-Barro...



A Fundação Municipal de Cultura abriu inscrições para o Concurso Nacional de Literatura Prêmio João-de-Barro. O concurso tem o objetivo de valorizar a literatura produzida para crianças e jovens, bem como revelar talentos nesse segmento.

As inscrições podem ser feitas de agora até o dia 11 de abril de 2014 na sede da Biblioteca Infantil e Juvenil de Belo Horizonte ou enviadas via sedex. O edital pode ser consultado no Diário Oficial do Município (DOM), no link http://ow.ly/roWqI

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Para Ana Maria Machado e seus muitos encantamentos...



No último sábado, dia 16/11, tivemos a felicidade de ouvir, bem de pertinho, Ana Maria machado falar às crianças (de muitas gerações)  presentes à Fliporto Criança. Na pauta, não podia faltar, é claro, a "Menina bonita de laço de fita". Ela nos contou como surgiu a inspiração para o livro. E eis quando me preparava para redigir uma nota para este blog, me chega via Face Book, o link para o vídeo sobre o livro exibido pela TV Futura. Como dizem, para as coisas boas acontecerem, o mundo conspira a nosso favor...

Agradeço a gentileza da querida Anna Cláudia Ramos, pela mediação da mesa junto à Ana Maria Machado que, com muita paciência, autografou todos os livros de sua autoria disponíveis na Casa do Livro Infantil e da Leitura de Olinda (CLILO). E olha que não são poucos...

Em sua homenagem, por nos proporcionar tantos encantamentos, o vídeo da "menina" mais querida das crianças da CLILO. Vale a pena conferir!

domingo, 10 de novembro de 2013

Um convite às crianças paraibanas, de qualquer idade...

Com a parceria do Correio Criança, suplemento infantil do Correio da Paraíba, levei o convite da Fliporto para os pequenos leitores paraibanos, na edição deste domingo (10/11/2013).

Confiram a programação da Literatura Infantil e Juvenil da Fliporto aqui.


quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Maestria com simplicidade


Ler, contar e encantar crianças (Mediação, 2009) é daqueles livros que renovamos o prazer da leitura a cada novo contato com este magnífico texto, deste maravilhoso mestre. É daqueles que lemos de um único fôlego, tamanha a capacidade de envolvimento que o autor nos impõe, pois nos prende e surpreende face à simplicidade com que nos apresenta rica teoria em uma escrita prática, acessível. Depois desse impacto inicial, sentimos a necessidade de retornar a ele. Retomamos outras leituras, desta vez com mais vagar, para degustar trechos e lições específicas que encontramos ao longo de todos os seus capítulos. Nestes, dentre outros conteúdos, ele nos fala de: A leitura e o imaginário da criança; Leitura: prazer, saber e poder; A importância da poesia e de livros no universo infantil e, por fim, nos brinda com um capítulo especial: Como me tornei um escritor. Apenas para constar: dentre os muitos prêmios conquistados pelo autor, vários de seus livros receberam a láurea Altamente Recomendável para Criança (concedida pela FNLIJ). Elias José: leitura mais que recomendada, imprescindível para aqueles que se dedicam à LIJ no Brasil.

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Para conhecer um pouco mais da AEILIJ

AEILIJ reúne autores e ilustradores de infantis e juvenis


Por Ivani Cardoso

Com mais de 400 associados de vários estados brasileiros, a Associação de Escritores e Ilustradores de Literatura Infantil, desde 1998, representa profissionais dessa área. Na presidência está Sandra Pina, escritora, jornalista e tradutora. Ela explica que a associação nasceu da necessidade de reunir profissionais que, pela natureza de seu ofício, trabalham muito isolados. “A ideia, desde o início, foi a troca de experiência e informação”, comenta. A entidade não tem uma sede física, mas o endereço oficial para correspondências é no Rio de Janeiro, cidade onde se encontra a maior parte da diretoria atual. Nas últimas décadas aumentou muito o número de ilustradores em atividade e muitos publicam no Exterior, da mesma forma que ilustradores estrangeiros têm sido contratados por editoras brasileiras. Entre as dificuldades encontradas pelos associados, Sandra destaca a falta de interesse para a Literatura Infantil e Juvenil no Brasil: “muito pouco da produção é encontrada nas livrarias ou resenhada pelos veículos de comunicação: “de modo geral, as livrarias vendem os best-sellers importados ou os chamados livros-brinquedo. Nada contra, mas ainda falta muito para o livro fazer, realmente, parte da infância brasileira. Afinal, quantos pais, avós, tios optam por comprar livros para suas crianças?” 


Leia a entrevista na íntegra: aqui.

sábado, 12 de outubro de 2013

Plano Nacional do Livro e Leitura deve virar lei‏

Câmara dos Deputados - 04/10/13 
 
 O brasileiro lê, em média, quatro livros por ano – menos da metade do que é lido, por exemplo, em Portugal, onde a média é de 8,5 livros por ano. O dado é apontado na pesquisa “Retratos da Leitura no Brasil”, divulgada em março deste ano e revela um decréscimo do número de livros lidos pela população, que em 2007 era de 4,7 livros por ano. Para debater a importância de políticas públicas que incentivem a leitura e democratizem o acesso ao livro, as comissões de Educação e de Cultura realizaram uma audiência pública nesta terça-feira (1), na Câmara dos Deputados.  
 
O debate apontou para a necessidade de transformar em lei o Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL), desenvolvido pelos ministérios da Cultura (MinC) e Educação (MEC) desde 2006. Para tanto, a coordenadora da Frente Parlamentar Mista do Livro e Leitura e idealizadora da audiência, deputada Fátima Bezerra (PT/RN), lançou manifesto durante o encontro para que o Executivo envie ao Congresso um projeto de lei (PL) sobre o assunto. A ideia é colher assinaturas até o fim do mês, quando a parlamentar entregará o documento à ministra da Cultura, Marta Suplicy. 
 
“Demos mais um passo para fomentar, institucionalizar e fortalecer uma política pública que considero estratégica. É fundamental que o acesso ao livro seja encarado como política de Estado. Vamos fazer andar o projeto sobre o fundo setorial do livro, leitura e literatura; vamos cobrar do governo o envio dos projetos que institui o PNLL como lei, e que cria o Instituto Nacional do Livro, da Leitura e da Literatura”, enfatizou Fátima Bezerra. 
 
Para o secretário executivo do PNLL, José Castilho, além de tornar o plano uma política de Estado, é esse tripé que fará a diferença para a democratização do acesso ao livro e fortalecimento da leitura. Segundo ele, não há divergências em relação à necessidade de tornar o Brasil um País de leitores, mas reforçou que, ao mesmo tempo, a inexistência de políticas públicas fragiliza as iniciativas. “Não podemos ficar à mercê das mudanças de governo. O Estado funciona com marcos legais e investimentos. E essa lei vai balizar o restante das nossas necessidades. O projeto está pronto e acredito que muito em breve deve chegar ao Congresso Nacional.” 
 
Fabiano dos Santos, diretor do Livro, Leitura e Literatura do MinC, reforçou a importância da institucionalização do plano. Segundo ele, até agora o que se construiu foi uma política de livro, não de leitura, “e esta precisa avançar”. 
 
“Talvez seja a hora de termos o PAC da formação das pessoas”, destacou o deputado José Stédile (PSB/RS), em referência ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) desenvolvido pelo governo federal desde o governo Lula. Stédile reforçou a falta de interesse de prefeituras em investir em bibliotecas, diminuindo o acesso à leitura da população que não tem recurso para adquirir livros. 
 
Boas práticas  
 
Em contrapartida, várias experiências independentes de incentivo à leitura são realizadas Brasil afora e duas delas foram apresentadas durante o debate. São bibliotecas comunitárias implantadas em escolas pelo Instituto Ecofuturo e as oficinas e rodas de leitura promovidas pela organização Vaga Lume em comunidades tradicionais e rurais na Amazônia Legal. 
 
Mas trabalhos independentes, muitas vezes, encontram barreiras. A falta de metodologia para avaliar os resultados obtidos nas oficinas e rodas de leitura da Vaga Lume, por exemplo, tem sido um obstáculo para o avanço do trabalho. A historiadora Sylvia Guimarães, uma das idealizadoras do projeto, aproveitou o debate para pedir aos parlamentares e aos membros do Executivo que olhem para essas iniciativas e pensem, por exemplo, editais e políticas que contemplem quem tem know how. Também sugeriu à academia que faça parcerias com essas instituições para que pesquisas sobre resultados obtidos, por exemplo, possam ser realizadas. 
 
Patrícia Lacerda, do Instituto C&A, uma das parceiras das escolas comunitárias do Instituto Ecofuturo, lembrou que se tem pouco tempo até a próxima eleição e que é preciso agilidade na formulação e aprovação dessa lei que trone livro e leitura política de Estado. 
 
Levar esse debate para a ponta também foi uma demanda apresentada. Ruivo Lopes, integrante da Rede de Saraus da Periferia, de São Paulo, destacou que o PNLL pode salvar vidas nas periferias das cidades. “Com o acesso à leitura, a gente pode mudar o futuro dos jovens da periferia, a gente pode mudar a cara do mapa da violência desse País”, disse. 

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Ana Maria Machado na Fliporto e na Casa Clilo


Ana Maria Machado, uma das maiores autoras infanto-juvenis do Brasil, garante que este ano vai realizar o desejo de conhecer a FLIPORTO. Nesta entrevista, ela nos fala da importância da escola na formação das futuras gerações de leitores.
Essa escola ideal, a CLILO/FLIPORTO, a mulher presidente da Academia Brasileira de Letras vai conhecer no intervalo de uma das suas participações no congresso literário da FLIPORTO, em novembro, no Largo do Amparo.
No ano passado, com as malas prontas para participar durante os quatro dias da grande festa literária pernambucana, Ana Maria Machado foi surpreendida com uma viagem de última hora para fora do Brasil, e que não estava nos seus planos.
Pelo telefone, disse ao escritor Antônio Campos, curador da Fliporto, que 2013 seria para ela o ano de estar com seus amigos e leitores pernambucanos. “Quero compensar da melhor forma a oportunidade que não tive”, disse ela.
Ciceroneada por Antônio Campos e pelo escritor Antonio Nunes, coordenador da Casa CLILO, Ana Maria Machado vai o conhecer de perto o projeto sobre o qual já tem referências como um dos mais curiosos e criativos no campo do incentivo à leitura entre adolescentes e jovens de famílias de baixa renda.
Ganhadora do Prêmio Hans Christian Andersen (2001), considerado o Nobel da literatura infanto-juvenil, a jornalista e escritora Ana Maria Machado (Rio de Janeiro, 1941), é autora de mais de 100 títulos, alguns deles publicados em 17 países, somando mais de 18 milhões de exemplares vendidos. Formada em Letras, lecionou na UFRJ e PUC. Durante a ditadura militar, exilou-se em Paris, onde cursou pós-graduação com Roland Barthes. Trabalhou na revista Elle, em Paris, na BBC de Londres e em vários jornais e revistas brasileiros. Em 1979, fundou no Rio de Janeiro a Malasartes, primeira livraria brasileira dedicada exclusivamente a crianças e adolescentes. Também notabilizou-se pela sua produção de literatura para adultos, com o premiado A audácia dessa mulher (1999) e Texturas — sobre leituras e escritos (2001). Desde 2003, Ana Maria Machado ocupa a cadeira 1 da Academia Brasileira de Letras.
Num país conhecido pelos baixos índices de leitura, Ana Maria é otimista: acredita que seu hábito ainda será compartilhado por todos, um dia. “Ler é muito gostoso; é natural que as pessoas gostem”, diz. “Só falta alguém que desperte esse interesse.” Nesta entrevista, marcada por risos, lembranças e colheradas de sorvete, nos jardins do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, a escritora fala de como o professor pode assumir esse papel, servindo de exemplo para que as futuras gerações passem a andar com livros a tiracolo.
Antes de você conhecê-la no palco e avaliar a sua forma presencial de cativar o público, como palestrante da FLIPORTO, veja nesta entrevista porque ela se tornou a terceira mulher a presidir a ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS.
A senhora criou um curso na Casa da Leitura, no Rio de Janeiro, para ensinar professores a trabalhar com literatura. Na sua opinião, quais são as principais falhas de formação que eles têm?
Leia a íntegra desta entrevista aqui.

domingo, 25 de agosto de 2013

Niskier para crianças em volume único


Acabo de receber, em generosa oferta do autor, o encantador "Histórias para crianças" do escritor Arnaldo Niskier. Uma coletânea que traz, em volume único, os textos de 40 livros infantis do professor e acadêmico, muitos dos quais ilustrados por Cláudio Duarte, Ivan Zigg, Maurício de Sousa, Victor Hugo e outros mestres do desenho nacional. A planejar, na CLILO e em 2014, uma bela exposição destas obras, inclusive com ilustrações. Mãos a obra! Valerá a pena conferir.

Um bom livro puxa outro...


Domingo passado, numa dessas tarefas de pai de uma garotinha de 3 anos de idade que está começando a criar sua própria rede de relações sociais, fui a um shopping da cidade levá-la ao aniversário de um coleguinha de escola. Destaque para o horário: das 12 h 30 min às 14 h 30 min. Deixei-a na festinha, em companhia da babá (o lugar não caberia todos os pais, babás e crianças ao mesmo tempo) e saí em busca de como preencher o tempo. E mais, as lojas somente estariam abertas às 13 horas. Andei para cá e para lá e, como não poderia deixar de ser, terminei em uma grande livraria. Comprei livros, não porque não tenha livros ainda não completamente lidos em casa (isso sempre acontece!), mas pelo prazer da descoberta de novos títulos, mesmo que de antigos exemplares, que mereçam prioridade na lista de leituras atual e futura. Foi assim que me deparei com um livro mais que interessante: "Histórias contadas pelo bicho-papão - Oscar Wilde, João do Rio e Horácio Quiroga para crianças", de Luciana Sallles, em publicação da Porto de Ideias, de 2009. Confesso que foi uma bela surpresa, muito além do passa-tempo esperado.


Apesar das muitas atividades da semana, acabo de lê-lo. E não vou dedicar-lhe nenhum outro comentário, somente que valeu cada página, assim como os aprendizados decorrentes. Vale destacar as adequadas inserções de belíssimas passagens do"Reflexões sobre a criança,o brinquedo e a educação", de Walter Benjamin, que fui buscar na estante para reler. Os dois livros valem a leitura atenta. Ah, havia um outro exemplar do "bicho-papão" na prateleira da livraria do shopping. Fica a dica.

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

A voz dos autores

Reproduzimos abaixo, a entrevista de Sandra Pina, presidente da AEILIJ, ao Blog da Editora DCL.

Para acessarem o texto original, cliquem aqui.

Por Paula Thomaz

A premissa é perfeita para aquela que um dia seria escritora: ela nasceu em uma família que adorava histórias após as refeições, os mais velhos contavam causos da infância, das crianças e de tudo o que se podia imaginar. Sua mãe lia livros e revistas em quadrinhos todas as tardes para ela e suas irmãs. Ela cresceu, virou jornalista, publicitária e há pouco mais de 10 anos, aventurou-se na escrita de suas próprias histórias. Essa é Sandra Pina que, passada uma década de carreira como escritora, eis que ela se torna representante maior dos escritores e ilustradores de Literatura Infantil e Juvenil. Na última eleição da Associação dos Escritores e Ilustradores de Literatura Infantil e Juvenil, ocorrida no mês de junho, ela foi escolhida a presidente da AEILIJ.


Nesta entrevista a autora de mais de 25 livros, entre eles, “Um barco, um avião, uma bolha de sabão”, “E assim surgiu o Maracanã”, publicados pela DCL, fala sobre sua visão do mercado editorial, das questões que envolvem a produção de LIJ, os desafios de sua gestão e que pretende ser “porta-voz de um grande grupo na defesa da profissionalização do nosso ofício. Daqui a dois anos, quando a gestão acabar, os associados da AEILIJ poderão dizer se cumprimos ou não o papel que nos foi designado”. Leia a íntegra:

Editora DCL – Sandra, qual o panorama do mercado editorial especificamente falando deLIJ?
Sandra Pina (SP)– Acho que sempre vale lembrar que o mercado editorial de LIJ no Brasil é bastante peculiar. Ao contrário de outros países, onde a livraria é um foco importante, por aqui a produção editorial está mais voltada para a escola. Os grandes compradores dos livros de LIJ são as escolas e o governo (federal, estadual e municipal). O que nos leva a uma situação meio “antagônica”, quero dizer, se, por um lado temos compradores “fieis” e “constantes” (as escolas continuam a usar nossos livros nos currículos, e o governo, em suas diversas instâncias, continua a lançar editais para abastecer bibliotecas e programas de leitura, por outro, não há um investimento em pontos de venda. Qualquer um que chegue numa livraria hoje, encontrará livros coloridos (os chamados livros brinquedo) expostos e, com um pouco de sorte, livros de autores brasileiros espalhados pelas prateleiras, mas não verá nenhum tipo de estratégia de marketing que “convide” o público a conhecer esse ou aquele livro, por exemplo (é claro, salvo no caso dos best sellers que já chegam em terras brasileiras na esteira da fama internacional). Em suma, alguns autores de LIJ podem até ser bem conhecidos dentro do âmbito escolar, mas não conseguem fazer o “crossover” para um público maior, ou mesmo para o público que frequenta livraria.
Sei que existem diversas “questões” envolvendo a exposição de um produto no ponto de venda e, mais que isso, sei que se questiona o hábito do brasileiro de frequentar a livraria. Mas isso também me leva a pensar: se o público não vai até o livro, por que o livro não pode ir até o público? Por que os marketeiros de plantão não constroem uma estratégia que leve o livro infantil a outros pontos de vendas, por exemplo? Por que o mercado editorial de LIJ não pode se expandir até a loja de brinquedos? ou até a banca de jornais? ou ao supermercado? ou à lojinha de conveniência? Acho que sempre vale a pena lembrar o “case” daquele chinelinho tão famoso, né?

DCL – O que representa para você estar à frente da AEILIJ atualmente?
SP –
A AEILIJ é uma instituição que vem crescendo lenta e consistentemente ao longo dos seus 14 anos de existência. Pessoalmente, acredito na força na união e, a meu ver, esse é um dos pontos fortes da AEILIJ. Autores da palavra e da imagem trabalham de forma muito isolada e a associação é um espaço onde podem trocar experiências, discutir angústias profissionais, buscar soluções para questões delicadas de mercado, etc. Por outro lado, é também um lugar onde os autores podem ir além, participando de ações solidárias, por exemplo, como as coleções de livros acessíveis que fizemos em parceria com a Fundação Dorina Nowill ou os encontros com leitores na ong Meninos de Luz, aqui no Rio de Janeiro. Enfim, para mim, estar à frente da AEILIJ é uma oportunidade de dar continuidade a esse trabalho, esse sonho, iniciado por um pequeno grupo de meia dúzia há 14 anos, e que hoje congrega mais de 400 autores espalhados pelo Brasil todo.



DCL – O que representará para os autores e ilustradores associados a sua gestão?
SP – 
Essa é uma boa questão. Acho que só poderá ser completamente respondida depois que a gestão acabar. Mas eu e a Anielizabeth, nossa vice-presidente, não temos a pretensão de descobrir a pólvora ou operar algum milagre. O que queremos é ser representates dos nossos associados nas questões que forem levantadas; porta-voz de um grande grupo na defesa da profissionalização do nosso ofício. Daqui a dois anos, quando a gestão acabar, os associados da AEILIJ poderão dizer se cumprimos ou não o papel que nos foi designado.

DCL – Dá para incluir anseios seus, de escritora, na sua gestão?
SP – 
Procuro deixar bem separados esses meus dois lados, o de escritora (da minha carreira pessoal) e o de presidente da AEILIJ, embora, eu só esteja ocupando o cargo porque sou uma escritora, e porque tenho uma carreira pessoal, né? Mas existem os anseios profissionais que não estão ligados diretamente ao lado criativo e à carreira (edição de livros, vendas, etc.). Falo de reconhecimento profissional, de sermos (nós, criadores de livros para crianças de jovens) repeitados com relação às nossas criações de texto e de imagens, nas questões contratuais, nas prestações de contas de DAs,  nos convites (muitas vezes absurdos) que recebemos, etc. Creio que esses “anseios” têm sido prioridade em todas as gestões que passaram pela AEILIJ, e seguramente, continuarão sendo prioridade em nossa gestão.

DCL – Qual a receita do sucesso de um livro de LIJ? Ele precisa ter finalidade moral e pedagógica necessariamente?
SP – 
Ops! Acho que todos os autores de LIJ tentam, de alguma forma, descobrir essa receita! (risos) Mas não acredito na “finalidade moral e pedagógica”, acredito no encantamento. Um leitor percebe quando uma história é escrita para “ensinar” alguma coisa, independente da idade que tenha. Nós adultos achamos que as melhores histórias são aquelas que nos fazem pensar, que nos levam a questionar, a querer mais, não é mesmo? Acho que isso vale também para o leitor criança/adolescente. Se existir uma “moral” ou “pedagogia” na história, que ela seja percebida naturalmente pelo leitor e não esteja “descaradamente” explícita no texto ou na ilustração. Para ensinar existem os livros didáticos. A literatura é para provocar sentidos, questionamentos, ideias, para mexer com o leitor, tirá-lo de sua zona de conforto, independente de ser através do drama, do riso, da fantasia, da poesia, etc.

DCL – Há algum tempo a LIJ era relegada à um papel menor no mercado editorial. Qual o lugar da LIJ no mercado hoje? Ela já alcançou sua maturidade literária e ganhou seu devido lugar na cultura do brasileiro?
SP – 
Infelizmente ainda há pessoas (inclusive na academia) que ainda pensam a LIJ como uma “literatura menor”, mas essa visão está mudando, mesmo que lentamente. Todos esses programas de incentivo à leitura espalhados pelo país estão mostrando que, se queremos adultos mais conscientes e esclarecidos, essa formação passa pela LIJ, uma vez que é com ela que a criança tem seu primeiro contato com a literatura.
Por outro lado, os números mostram que a LIJ representa atualmente uma importante fatia do mercado editorial brasileiro hoje. Diversas editoras começaram a investir mais seriamente no segmento, por exemplo.
A LIJ brasileira é (e falo isso sem a menor sombra de dúvida) de altíssima qualidade literária. É claro que existem livros com mais qualidade que outros, como em qualquer lugar do mundo ou em qualquer segmento literário, mas, no geral, nossa LIJ não fica devendo a ninguém. Nossos autores de texto estão cada vez mais maduros e criando histórias cada vez melhores, e nossos autores de imagem, em sua maioria, vem alcançando padrão internacional, buscando qualificação técnica, desenvolvendo pesquisas, etc. Acho que ainda temos uma boa estrada a trilhar para alcançar nosso devido lugar e respeito na cultura brasileira, mas creio que estamos no caminho certo.

DCL – Contudo, ainda há desafios para Literatura Infantil e Juvenil? Quais?
SP – 
Desafios sempre há, e sempre haverá. Além dos desafios individuais de criação, da angústia da folha em branco (risos), há um desafio em especial que vem se colocando à frente dos criadores de LIJ nos dias atuais, que é o tão falado “politicamente correto”. Temos visto nossos textos e imagens sendo “alterados” em nome do politicamente correto; expressões idiomáticas, palavras, imagens são questionadas. Então o desafio que se coloca é o de contornar essa questão. É como se, por escrevermos para crianças e jovens, nossas histórias tivessem que acontecer em “mundos, cenários e com personagens ideais”, sem “defeitos”. Porém, se a literatura tem um papel questionador na sociedade, qual o objetivo de mostrar um mundo perfeito? O que nos faz pensar, o que mexe com os sentidos do ser humano são as imperfeições, não é mesmo? São aquelas situações que nos incomodam, né? Creio que mostrar um “mundo perfeito” na LIJ, seria como criar um bebê numa redoma de vidro, sem deixá-lo criar anti-corpos naturais para combater as bactérias que irão atacá-lo ao longo de sua vida.

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Era uma vez... uma bela Revista


Nossos amigos do Chile nos convidam a conhecer a bela Revista "Había una vez", que trata de assuntos diversos ligados ao mundo da literatura infantil e juvenil. Todo o seu conteúdo pode ser acessado gratuitamente, em distintos formatos digitais, para download. Para conhecerem a revista, basta clicar aqui. Recomendo!


quinta-feira, 6 de junho de 2013

15o Salão Anual da FNLIJ (de 06 a 16/06/2013)


Foi aberto ontem, e segue até o próximo dia 16 deste mês, o 15o Salão Anual da FNLIJ. Maior evento nacional dedicado exclusivamente à literatura infanil e juvenil, conta com a participação de inúmeras editoras, sendo importante oportunidade para se conhecer o que de melhor e de mais recente se publica na área, razão pela qual, neste evento, são realizados diversos lançamentos, contando com a participação de escritores e ilustradores de todo o país (com grande participação de associados da AEILIJ). Além de discussões para a cadeia produtiva, há espaço para a cadeia criativa, bem como para pais, educadores e, claro, para o público infantojuvenil, destinatário principal do evento. Vale a pena conferir! A programação completa, bem como outras informações relacionadas podem ser obtidas aqui.

No ar novo site do Movimento Brasil Literário


quarta-feira, 29 de maio de 2013

Marisa Lajolo fala sobre a obra de Monteiro Lobato


Vale a pena conferir a entrevista da pesquisadora Marisa Lajolo sobre a obra de Monteiro Lobato, concedida ao Programa do Jô. Para acessar esta matéria, acesse aqui.

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Como niciar o contato com a leitura?


Entrevista da pesquisadora Aparecida Paiva à Revista Carta Capital (que pode ser acessada em sua íntegra aqui) discute a importância da mediação da leitura nas escolas, para que possamos nos tornar um país de leitores. Uma constatação antiga, persistente e que deve ser resolvida para a devida formação de leitores, com todos os aportes de cidadania e de desenvolvimento humano que podem advir desta capacidade. Vale a pena conferir. Reproduzimos abaixo o início da entrevista.



Barrados na escola - Obras literárias chegam às instituições públicas de ensino, mas sem uma política adquada, os livros não saem da caixa
O Brasil é um dos países que mais investem na compra e na distribuição de livros para as escolas. Só em 2013, o governo federal entregou 6,7 milhões de obras literárias, um investimento de 66 milhões de reais. No entanto, a política de distribuição de livros, protagonizada principalmente pelo Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE), não se traduziu na apropriação do livro, tampouco na formação de leitores. Na maioria das vezes, as obras literárias não saem das caixas.
Foi o que constatou a pesquisadora Aparecida Paiva, organizadora e uma das autoras do livro Literatura Fora da Caixa – O PNBE na escola, publicado pela Editora Unesp. Segundo a professora de pós-graduação da Universidade Federal de Minas Gerais, a formação incipiente de mediadores de leitura e a falta de entendimento do livro como um bem cultural ajudam a explicar por que as obras literárias não chegam aos estudantes.
“Muitos professores nem sabem que os livros chegam à escola”, afirma Aparecida, que conversou com Carta Fundamental sobre o PNBE, sua inserção nas instituições e a importância da literatura como uma possibilidade de educação cultural que não pode ser puramente escolarizada.

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Um outro mundo...

Imaginem se o destino da humanidade estivesse nas mãos das crianças. Creio que um outro mundo seria possível... ou não! Vale a pena conferir o conto "Geopolítica infantil", publicado na última edição do Correio Criança e que abaixo reproduzimos.


segunda-feira, 22 de abril de 2013

Um exemplo de belo trabalho acadêmico a ser seguido



Sob a organização das Profas. Eliane Debus, Simone Cintra e Maria Laura P. Spengler, já está disponível na internet o "Literatura Infantil e Juvenil produzida em Santa Catarina", um bem estruturado portal que apresenta um vasto mapeamento da produção literária deste estado voltado para o público em questão. Além de contar com biografias dos autores nascidos em solo catarinense e daqueles que adotaram o estado por residência, há um conjunto de resenhas de suas obras. Sem dúvida um exemplo a ser seguido nos outros estados da federação. Vale a pena conferir!

quinta-feira, 28 de março de 2013

Editora brasileira ganha prêmio internacional



A Cosac Naify venceu hoje (26/3) o Bologna Prize for Best Children’s Publishers of the Year (BOP). Recém-criado pela organização da Feira de Bolonha, o prêmio visa prestigiar as editoras que vêm se destacando no cenário internacional pela produção de livros infantojuvenis. A Cosac Naify concorria na categoria dedicada a América Latina, que tinha quatro outras indicadas: Ediciones Ekaré (Venezuela), Ediciones Tecolote (México), Fondo de Cultura Económica (México) e Petra Ediciones (México). A Feira de Bolonha é considerada a mais importante na área de publicações infantojuvenis no mundo. 

“O reconhecimento com o BOP no mais importante evento internacional da área vem premiar um catálogo produzido com muito esmero, criatividade, carinho e atenção, por uma equipe que há anos persegue a excelência nas publicações. É um reconhecimento para a editora e seus autores - que nos confiam seus trabalhos de vida - e uma chancela para pais, professores e amantes do livro que querem oferecer aos seus filhos a melhor literatura infantojuvenil possível”, comenta Isabel Coelho, diretora do núcleo infantojuvenil da Cosac Naify. 

A editora participa da Feira de Bolonha desde 2007, quando recebeu a menção honrosa (Prêmio Bologna Ragazzi) pelo livro Lampião & Lancelote. Em 2010, Tchibum! foi agraciado com a mesma premiação. No ano seguinte Mil-folhas recebeu o prêmio máximo e A janela de esquina do meu primo, a menção honrosa.

Fonte: http://editora.cosacnaify.com.br/NoticiasInterna/551/Cosac-Naify-ganha-o-Bologna-Prize-for-Best-Children’s-Publishers-of-the-Year-(BOP).aspx

terça-feira, 26 de março de 2013

Ilustradores Latinoamericanos



Já está no ar o "Dicionário de Ilustradores Latinoamericanos". Um incrível apanhado do trabalho de ilsutradores de toda a América latina, desde o México, passando pela América Central, até chegar ao Brasil e aos demais países da América do Sul. Além de uma bela amostra da criatividade dos ilustradores listados, há um pouco de sua biografia, de sua produção, assim  como formas de contato.

Vale a pena visitar: para conhecer um pouco mais do que fazem os demais colegas latinoamericanos, para descortinar novas possibilidades, bem como para encher os olhos de beleza. Recomendo!

Ah, em tempo: a listagem dos ilustradores está por sobrenome. Por exemplo: José da Silva, deve ser buscado como Silva, José da. Para acessar o Dicionário de Ilustradores Latinoamericanos, clique aqui.

quarta-feira, 20 de março de 2013

Escrever para crianças



"Escrever para crianças - tudo o que é preciso saber para produzir textos de literatura infantil" é o sugestivo título do livro de Sílvia Adela Kohan, publicado pela editora Gutenberg, integrante da Coleção Guias do Escritor.

Em linguagem simples e concisa (contando com apenas 85 páginas), o livro traz algumas discussões de interesse para a formação de escritores para crianças. Permeando elementos teóricos e técnicos, cumprirá o papel de ser um "guia" para iniciantes e iniciados na tarefa de, por intermédio de textos, encantar e levar magia aos pequeninos.

Vale a pena conferir. E convém, também, relembrar a máxima que diz "Ler sem refletir é como comer sem digerir!".

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Uma ema muito especial!

Dramaturgia infantil

Na edição deste mês de março de 2013 da Revista Rainha dos Apóstolos, o escritor Celso Sisto nos brinda com um excelente texto sobre dramaturgia para crianças. Com a permissão do autor, reproduzimos abaixo a matéria. Vale a pena conferir! Para conhecerem mais sobre a revista, cliquem aqui.

sábado, 23 de fevereiro de 2013

Escritor de carteirinha

Vocês já devem ter ouvido falar da expressão "Escritor de carteirinha", que se refere ao escritor profissional. Aquele que se dedica ao ofício da escrita. Ou seja, que exerce esta profissão. Sim, a despeito do que possam imaginar em sentido contrário, a profissão de escritor é reconhecida como tal pelo Ministério do Trabalho e Emprego brasileiro - assim como pela Receita Federal, para fins de imposto de renda da pessoa física. Vejam abaixo os dados relacionados aos distintos campos desta profissão da Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), referente aos distintos "Profissionais de Escrita":


Bom, então a próxima pergunta de vocês será: - Onde consigo a carterinha?

Você poderá se vincular a entidades representativas da profissão, como a Associação de Escritores e Ilustradores de Literatura Infantil e Juvenil (AEILIJ) ou na União Brasileira de Escritores - na seccional de seu estado, por exemplo Pernambuco (UBE-PE).

Em tempo:  os ilustradores também são reconhecidos como profissionais pelo Ministério do Trabalho e Emprego, dentro do grupo "Artistas de artes visuais", com o código específico 2624-05.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Um novo jeito de "ler"...


O Banco Itaú, por intermédio da Fundação Itaú Social, vem promovendo uma série de esforços para o incremento da leitura em todo o país. Além da distribuição regular de kits de livros para pessoas físicas e organizaçoes sociais, lança agora um aplicativo que promove a interação das crianças com as ilustrações de alguns livros de sua coleção. Vale a pena conferir! Para conhecerem um pouco mais destas iniciativas, bem como para realizar o download deste aplicativo, acessem a página do Itaú Criança aqui.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Para ler nas férias e por todo o ano!



Lembro-me bem que, durante o período de férias escolares, dois programas eram imperdíveis: ir para a praia pelas manhãs e ganhar o mundo envolto pelas mil nas brincadeiras com os amigos pelas ruas do bairro onde me criei (na até então pacata João Pessoa). A energia daquels tempos parecia interminável. E somente outras duas coisas me faziam reduzir a intensidade da agitação: a hora do lanche e da leitura. Aí sim, parecia que eu me esquecia de tudo e saía de mim para viver outras tantas aventuras. Creio mesmo que da conjugação desta combinação de aventuras de pé no chão e nas páginas de outros autores foi que brotou em mim a sementinha do escritor.

Bom, como hoje em dia já não dá para realizar todas aquelas brincadeiras de pé no chão (sair por aí meio sem destino nas bicicletas,jogar futebol e bola de gude em plena rua de barro e tantas coisas mais), pelo menos posso trazer para vocês algumas sugestões de leitura. Para dizer a verdade, não são bem minhas, mas da Revista Crescer que, todos os anos, faz uma seleção de recomendações de livros para crianças. A relação completa por ser acessada aqui. Vale a pena conferir!

Ah, e a leitura de bons livros deve continuar por todo o ano. Nada de dizer que não têm tempo, etc e tal. Apesar de toda a correria do meu cotidiano, sempre encontro um tempinho para uma boa leitura. Pode acreditar! Por falar nisso, atualmente estou (re)lendo "Fábulas italianas", de Ítalo Calvino. Bem legal