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Prezados amigos,

Um dos motivos para que este blog viesse ao ar foi para reunir ou sistematizar a produção paraibana de LIJ, para que possamos conhecer mais e melhor os criadores locais e que, a partir de algumas informações-chave, possamos instituir uma regional da AEILIJ (Associação de Escritores e Ilustradores de Literatura Infantil e Juvenil), que fortalecerá e, certamente, dinamizará o segmento nestas terras de tantos outros maravilhosos criadores. Então, se você é ou conhece escritores ou ilustradores paraibanos ou radicados na Paraíba que se dedicam à literatura infantil ou juvenil, junte-se a nós neste projeto.

Grande abraço a todos, Tonton.

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Ana Maria Machado na Fliporto e na Casa Clilo


Ana Maria Machado, uma das maiores autoras infanto-juvenis do Brasil, garante que este ano vai realizar o desejo de conhecer a FLIPORTO. Nesta entrevista, ela nos fala da importância da escola na formação das futuras gerações de leitores.
Essa escola ideal, a CLILO/FLIPORTO, a mulher presidente da Academia Brasileira de Letras vai conhecer no intervalo de uma das suas participações no congresso literário da FLIPORTO, em novembro, no Largo do Amparo.
No ano passado, com as malas prontas para participar durante os quatro dias da grande festa literária pernambucana, Ana Maria Machado foi surpreendida com uma viagem de última hora para fora do Brasil, e que não estava nos seus planos.
Pelo telefone, disse ao escritor Antônio Campos, curador da Fliporto, que 2013 seria para ela o ano de estar com seus amigos e leitores pernambucanos. “Quero compensar da melhor forma a oportunidade que não tive”, disse ela.
Ciceroneada por Antônio Campos e pelo escritor Antonio Nunes, coordenador da Casa CLILO, Ana Maria Machado vai o conhecer de perto o projeto sobre o qual já tem referências como um dos mais curiosos e criativos no campo do incentivo à leitura entre adolescentes e jovens de famílias de baixa renda.
Ganhadora do Prêmio Hans Christian Andersen (2001), considerado o Nobel da literatura infanto-juvenil, a jornalista e escritora Ana Maria Machado (Rio de Janeiro, 1941), é autora de mais de 100 títulos, alguns deles publicados em 17 países, somando mais de 18 milhões de exemplares vendidos. Formada em Letras, lecionou na UFRJ e PUC. Durante a ditadura militar, exilou-se em Paris, onde cursou pós-graduação com Roland Barthes. Trabalhou na revista Elle, em Paris, na BBC de Londres e em vários jornais e revistas brasileiros. Em 1979, fundou no Rio de Janeiro a Malasartes, primeira livraria brasileira dedicada exclusivamente a crianças e adolescentes. Também notabilizou-se pela sua produção de literatura para adultos, com o premiado A audácia dessa mulher (1999) e Texturas — sobre leituras e escritos (2001). Desde 2003, Ana Maria Machado ocupa a cadeira 1 da Academia Brasileira de Letras.
Num país conhecido pelos baixos índices de leitura, Ana Maria é otimista: acredita que seu hábito ainda será compartilhado por todos, um dia. “Ler é muito gostoso; é natural que as pessoas gostem”, diz. “Só falta alguém que desperte esse interesse.” Nesta entrevista, marcada por risos, lembranças e colheradas de sorvete, nos jardins do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, a escritora fala de como o professor pode assumir esse papel, servindo de exemplo para que as futuras gerações passem a andar com livros a tiracolo.
Antes de você conhecê-la no palco e avaliar a sua forma presencial de cativar o público, como palestrante da FLIPORTO, veja nesta entrevista porque ela se tornou a terceira mulher a presidir a ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS.
A senhora criou um curso na Casa da Leitura, no Rio de Janeiro, para ensinar professores a trabalhar com literatura. Na sua opinião, quais são as principais falhas de formação que eles têm?
Leia a íntegra desta entrevista aqui.

domingo, 25 de agosto de 2013

Niskier para crianças em volume único


Acabo de receber, em generosa oferta do autor, o encantador "Histórias para crianças" do escritor Arnaldo Niskier. Uma coletânea que traz, em volume único, os textos de 40 livros infantis do professor e acadêmico, muitos dos quais ilustrados por Cláudio Duarte, Ivan Zigg, Maurício de Sousa, Victor Hugo e outros mestres do desenho nacional. A planejar, na CLILO e em 2014, uma bela exposição destas obras, inclusive com ilustrações. Mãos a obra! Valerá a pena conferir.

Um bom livro puxa outro...


Domingo passado, numa dessas tarefas de pai de uma garotinha de 3 anos de idade que está começando a criar sua própria rede de relações sociais, fui a um shopping da cidade levá-la ao aniversário de um coleguinha de escola. Destaque para o horário: das 12 h 30 min às 14 h 30 min. Deixei-a na festinha, em companhia da babá (o lugar não caberia todos os pais, babás e crianças ao mesmo tempo) e saí em busca de como preencher o tempo. E mais, as lojas somente estariam abertas às 13 horas. Andei para cá e para lá e, como não poderia deixar de ser, terminei em uma grande livraria. Comprei livros, não porque não tenha livros ainda não completamente lidos em casa (isso sempre acontece!), mas pelo prazer da descoberta de novos títulos, mesmo que de antigos exemplares, que mereçam prioridade na lista de leituras atual e futura. Foi assim que me deparei com um livro mais que interessante: "Histórias contadas pelo bicho-papão - Oscar Wilde, João do Rio e Horácio Quiroga para crianças", de Luciana Sallles, em publicação da Porto de Ideias, de 2009. Confesso que foi uma bela surpresa, muito além do passa-tempo esperado.


Apesar das muitas atividades da semana, acabo de lê-lo. E não vou dedicar-lhe nenhum outro comentário, somente que valeu cada página, assim como os aprendizados decorrentes. Vale destacar as adequadas inserções de belíssimas passagens do"Reflexões sobre a criança,o brinquedo e a educação", de Walter Benjamin, que fui buscar na estante para reler. Os dois livros valem a leitura atenta. Ah, havia um outro exemplar do "bicho-papão" na prateleira da livraria do shopping. Fica a dica.

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

A voz dos autores

Reproduzimos abaixo, a entrevista de Sandra Pina, presidente da AEILIJ, ao Blog da Editora DCL.

Para acessarem o texto original, cliquem aqui.

Por Paula Thomaz

A premissa é perfeita para aquela que um dia seria escritora: ela nasceu em uma família que adorava histórias após as refeições, os mais velhos contavam causos da infância, das crianças e de tudo o que se podia imaginar. Sua mãe lia livros e revistas em quadrinhos todas as tardes para ela e suas irmãs. Ela cresceu, virou jornalista, publicitária e há pouco mais de 10 anos, aventurou-se na escrita de suas próprias histórias. Essa é Sandra Pina que, passada uma década de carreira como escritora, eis que ela se torna representante maior dos escritores e ilustradores de Literatura Infantil e Juvenil. Na última eleição da Associação dos Escritores e Ilustradores de Literatura Infantil e Juvenil, ocorrida no mês de junho, ela foi escolhida a presidente da AEILIJ.


Nesta entrevista a autora de mais de 25 livros, entre eles, “Um barco, um avião, uma bolha de sabão”, “E assim surgiu o Maracanã”, publicados pela DCL, fala sobre sua visão do mercado editorial, das questões que envolvem a produção de LIJ, os desafios de sua gestão e que pretende ser “porta-voz de um grande grupo na defesa da profissionalização do nosso ofício. Daqui a dois anos, quando a gestão acabar, os associados da AEILIJ poderão dizer se cumprimos ou não o papel que nos foi designado”. Leia a íntegra:

Editora DCL – Sandra, qual o panorama do mercado editorial especificamente falando deLIJ?
Sandra Pina (SP)– Acho que sempre vale lembrar que o mercado editorial de LIJ no Brasil é bastante peculiar. Ao contrário de outros países, onde a livraria é um foco importante, por aqui a produção editorial está mais voltada para a escola. Os grandes compradores dos livros de LIJ são as escolas e o governo (federal, estadual e municipal). O que nos leva a uma situação meio “antagônica”, quero dizer, se, por um lado temos compradores “fieis” e “constantes” (as escolas continuam a usar nossos livros nos currículos, e o governo, em suas diversas instâncias, continua a lançar editais para abastecer bibliotecas e programas de leitura, por outro, não há um investimento em pontos de venda. Qualquer um que chegue numa livraria hoje, encontrará livros coloridos (os chamados livros brinquedo) expostos e, com um pouco de sorte, livros de autores brasileiros espalhados pelas prateleiras, mas não verá nenhum tipo de estratégia de marketing que “convide” o público a conhecer esse ou aquele livro, por exemplo (é claro, salvo no caso dos best sellers que já chegam em terras brasileiras na esteira da fama internacional). Em suma, alguns autores de LIJ podem até ser bem conhecidos dentro do âmbito escolar, mas não conseguem fazer o “crossover” para um público maior, ou mesmo para o público que frequenta livraria.
Sei que existem diversas “questões” envolvendo a exposição de um produto no ponto de venda e, mais que isso, sei que se questiona o hábito do brasileiro de frequentar a livraria. Mas isso também me leva a pensar: se o público não vai até o livro, por que o livro não pode ir até o público? Por que os marketeiros de plantão não constroem uma estratégia que leve o livro infantil a outros pontos de vendas, por exemplo? Por que o mercado editorial de LIJ não pode se expandir até a loja de brinquedos? ou até a banca de jornais? ou ao supermercado? ou à lojinha de conveniência? Acho que sempre vale a pena lembrar o “case” daquele chinelinho tão famoso, né?

DCL – O que representa para você estar à frente da AEILIJ atualmente?
SP –
A AEILIJ é uma instituição que vem crescendo lenta e consistentemente ao longo dos seus 14 anos de existência. Pessoalmente, acredito na força na união e, a meu ver, esse é um dos pontos fortes da AEILIJ. Autores da palavra e da imagem trabalham de forma muito isolada e a associação é um espaço onde podem trocar experiências, discutir angústias profissionais, buscar soluções para questões delicadas de mercado, etc. Por outro lado, é também um lugar onde os autores podem ir além, participando de ações solidárias, por exemplo, como as coleções de livros acessíveis que fizemos em parceria com a Fundação Dorina Nowill ou os encontros com leitores na ong Meninos de Luz, aqui no Rio de Janeiro. Enfim, para mim, estar à frente da AEILIJ é uma oportunidade de dar continuidade a esse trabalho, esse sonho, iniciado por um pequeno grupo de meia dúzia há 14 anos, e que hoje congrega mais de 400 autores espalhados pelo Brasil todo.



DCL – O que representará para os autores e ilustradores associados a sua gestão?
SP – 
Essa é uma boa questão. Acho que só poderá ser completamente respondida depois que a gestão acabar. Mas eu e a Anielizabeth, nossa vice-presidente, não temos a pretensão de descobrir a pólvora ou operar algum milagre. O que queremos é ser representates dos nossos associados nas questões que forem levantadas; porta-voz de um grande grupo na defesa da profissionalização do nosso ofício. Daqui a dois anos, quando a gestão acabar, os associados da AEILIJ poderão dizer se cumprimos ou não o papel que nos foi designado.

DCL – Dá para incluir anseios seus, de escritora, na sua gestão?
SP – 
Procuro deixar bem separados esses meus dois lados, o de escritora (da minha carreira pessoal) e o de presidente da AEILIJ, embora, eu só esteja ocupando o cargo porque sou uma escritora, e porque tenho uma carreira pessoal, né? Mas existem os anseios profissionais que não estão ligados diretamente ao lado criativo e à carreira (edição de livros, vendas, etc.). Falo de reconhecimento profissional, de sermos (nós, criadores de livros para crianças de jovens) repeitados com relação às nossas criações de texto e de imagens, nas questões contratuais, nas prestações de contas de DAs,  nos convites (muitas vezes absurdos) que recebemos, etc. Creio que esses “anseios” têm sido prioridade em todas as gestões que passaram pela AEILIJ, e seguramente, continuarão sendo prioridade em nossa gestão.

DCL – Qual a receita do sucesso de um livro de LIJ? Ele precisa ter finalidade moral e pedagógica necessariamente?
SP – 
Ops! Acho que todos os autores de LIJ tentam, de alguma forma, descobrir essa receita! (risos) Mas não acredito na “finalidade moral e pedagógica”, acredito no encantamento. Um leitor percebe quando uma história é escrita para “ensinar” alguma coisa, independente da idade que tenha. Nós adultos achamos que as melhores histórias são aquelas que nos fazem pensar, que nos levam a questionar, a querer mais, não é mesmo? Acho que isso vale também para o leitor criança/adolescente. Se existir uma “moral” ou “pedagogia” na história, que ela seja percebida naturalmente pelo leitor e não esteja “descaradamente” explícita no texto ou na ilustração. Para ensinar existem os livros didáticos. A literatura é para provocar sentidos, questionamentos, ideias, para mexer com o leitor, tirá-lo de sua zona de conforto, independente de ser através do drama, do riso, da fantasia, da poesia, etc.

DCL – Há algum tempo a LIJ era relegada à um papel menor no mercado editorial. Qual o lugar da LIJ no mercado hoje? Ela já alcançou sua maturidade literária e ganhou seu devido lugar na cultura do brasileiro?
SP – 
Infelizmente ainda há pessoas (inclusive na academia) que ainda pensam a LIJ como uma “literatura menor”, mas essa visão está mudando, mesmo que lentamente. Todos esses programas de incentivo à leitura espalhados pelo país estão mostrando que, se queremos adultos mais conscientes e esclarecidos, essa formação passa pela LIJ, uma vez que é com ela que a criança tem seu primeiro contato com a literatura.
Por outro lado, os números mostram que a LIJ representa atualmente uma importante fatia do mercado editorial brasileiro hoje. Diversas editoras começaram a investir mais seriamente no segmento, por exemplo.
A LIJ brasileira é (e falo isso sem a menor sombra de dúvida) de altíssima qualidade literária. É claro que existem livros com mais qualidade que outros, como em qualquer lugar do mundo ou em qualquer segmento literário, mas, no geral, nossa LIJ não fica devendo a ninguém. Nossos autores de texto estão cada vez mais maduros e criando histórias cada vez melhores, e nossos autores de imagem, em sua maioria, vem alcançando padrão internacional, buscando qualificação técnica, desenvolvendo pesquisas, etc. Acho que ainda temos uma boa estrada a trilhar para alcançar nosso devido lugar e respeito na cultura brasileira, mas creio que estamos no caminho certo.

DCL – Contudo, ainda há desafios para Literatura Infantil e Juvenil? Quais?
SP – 
Desafios sempre há, e sempre haverá. Além dos desafios individuais de criação, da angústia da folha em branco (risos), há um desafio em especial que vem se colocando à frente dos criadores de LIJ nos dias atuais, que é o tão falado “politicamente correto”. Temos visto nossos textos e imagens sendo “alterados” em nome do politicamente correto; expressões idiomáticas, palavras, imagens são questionadas. Então o desafio que se coloca é o de contornar essa questão. É como se, por escrevermos para crianças e jovens, nossas histórias tivessem que acontecer em “mundos, cenários e com personagens ideais”, sem “defeitos”. Porém, se a literatura tem um papel questionador na sociedade, qual o objetivo de mostrar um mundo perfeito? O que nos faz pensar, o que mexe com os sentidos do ser humano são as imperfeições, não é mesmo? São aquelas situações que nos incomodam, né? Creio que mostrar um “mundo perfeito” na LIJ, seria como criar um bebê numa redoma de vidro, sem deixá-lo criar anti-corpos naturais para combater as bactérias que irão atacá-lo ao longo de sua vida.

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Era uma vez... uma bela Revista


Nossos amigos do Chile nos convidam a conhecer a bela Revista "Había una vez", que trata de assuntos diversos ligados ao mundo da literatura infantil e juvenil. Todo o seu conteúdo pode ser acessado gratuitamente, em distintos formatos digitais, para download. Para conhecerem a revista, basta clicar aqui. Recomendo!